Para sermos capazes de compreender as tendências da criança,
com o intuito de educá-la, precisamos perceber as relações existentes entre o
homem e o meio, e o modo como se dá essa adaptação.
O artigo Montessori
e o século XXI, de Edimara de Lima e Marcia Tavares de Lima, publicado no
site da Organização Montessori do Brasil – OMG, disserta sobre como a família e a
sociedade podem preparar a geração para
assumir o mundo novo do século XXI, relacionando com os princípios de Maria
Montessori.
A globalização exige um pensar universal, que deve
iniciar-se na infância, pois somente assim garantiríamos uma sociedade de
viventes que respeitando-se mutuamente, preservam as ligações de
interdependência que protegem a VIDA. A imagem da cédula que constrói a si
mesma, alimentada e alimentando um organismo maior, representa metaforicamente
o desenvolvimento do indivíduo e da estrutura social e física onde está
inserido. O cosmos está presente em cada um, em cada classe, em cada escola; só
a partir desta conscientização podemos ampliar este conceito e falar de
consciência global. Este conceito não permite tratar as áreas de estudo como
compartimentos estanques, mas leva às últimas consequências o que a moderna
pedagogia chama de interdisciplinaridade e que é parte do conceito de "educação
cósmica" de Montessori que objetiva a vinculação do conhecimento
explicitado nos "conteúdos" à Vida, invalidando o conhecimento
destinado única e exclusivamente ao universo escolar, exigindo a construção de
significados que em última instância são a satisfação da motivação interna, que
gera novas motivações criando um círculo inteligente e prazeroso de busca e
encontro com o conhecimento. Aprender a aprender deverá ser o
objetivo de toda educação no século XXI.
Montessori, que nos alertou para a necessidade de um novo
homem, nos deixou os preceitos necessários à sua educação: a crença de que na
escola possam ser vividos novos paradigmas. Não mais o conhecimento isolado,
mas a visão sistêmica; o padrão e não a categoria; a cooperação e não a
competição; processos e não prescrições; qualidade e não quantidade; a conexão
e não a separação; a descentralização e não a centralização; a vida e não
apenas o homem.
Fonte:www.omb.org.br/artigos
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Revista Baderna: o junho que mudou a história, da coleção Coletiv@ 2013.