terça-feira, 19 de novembro de 2013

Piaget e Montessori


O artigo Relações interdisciplinares na pedagogia: Piaget e Montessori, de Estela Maris Giordani, publicado na revista Educação (UFSM), explicita as relações interdisciplinares na pedagogia por meio da epistemologia genética, analisando uma formulação teórica específica e buscando especificar o modelo piagetiano de interdisciplinaridade e sua pertinência para o estudo da pedagogia através da análise da pedagogia montessori.



Para PIAGET [...] o interdisciplinar depende do estabelecimento de problemas gerais e mecanismos comuns, considerando os sistemas abertos ou vivos. As trocas implicam em relações que consideram as estruturas, funções e sinais, bem como implicam em comportamentos relacionados à abstração reflexiva que explicitam e explicam as interações entre o sujeito e o objeto. PIAGET (1973a) busca explicar o conjunto da atividade científica a partir do entendimento da inteligência que decorre das trocas (assimilação-acomodação) entre as áreas, através de seus elementos constitutivos e em relação ao que possuem, o que necessitam, o quantum do custo de produção do que necessitam (valor) em relação à troca.

Em relação à aplicação da epistemologia das relações interdisciplinares de PIAGET (1973a; 1973b) às formulações pedagógicas montessorianas, pode-se afirmar que a epistemologia genética revelou-se um modelo adequado à análise de configurações pedagógicas por uma série de razões. Primeiro, porque ela possui uma postura epistemológica que permite ser aplicada às ciências humanas, visto que investiga estruturas abertas, como é o caso da pedagogia. Outra consideração, é que ela possui em seu interior a possibilidade de investigar os diferentes tipos de relações ou atividades internas, explicadas pelos níveis de inteligência, sustentando deste modo os indicadores de produção de relações interdisciplinares. Ou seja, a epistemologia genética, diferentemente de outras alternativas, possibilita não apenas conceber as relações de tipos interdisciplinares, mas sobretudo operacionalizá-las para compreender se em formulações teóricas específicas se estabelecem estes tipos de relações. Além disso, o modelo teórico psicogenético, traduzido ao âmbito da análise pedagógica, revelou-se um modelo que capta a abrangência e a complexidade das formulações teóricas, mesmo sendo elas trabalhadas a partir de universos epistemológicos distintos (porém não contraditórios).


Fonte: cascavel.ufsm.br/


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